Intercambio con una gran amiga intelectual brasilera
Obervacion de G.C (O) : O tema da ausência dos países latino-americanos não terem aderido ao chamamento da coalização “internacional” na luta contra o Estado Islâmico poderia também ser estendido aos países europeus que também não aderiram, a não ser que se considere adesão pronunciamentos pelo fato de todos pertencerem à UE. Até o presente momento, Inglaterra, Suécia, Noruega, Dinamarca e outros também não se incorporaram a essa luta “internacional”. Tampouco é correta a afirmação que os países da América Latina não tenham levantado suas vozes contra o terrorismo. Aqui no Brasil, os governos sempre se posicionaram claramente contra qualquer atentado terrorista, e no caso específico desse último em Paris, o governo Dilma soltou uma nota de total apoio à França, criticando fortemente o atentado.
Respuesta (R): Dinamarca y el Reino Unido forman parte de la coalición en las invasiones aéreas y desde ayer la ONU ha votado la resolución 2249 autorizando a los Estados a “utilizar todas las medidas necesarias para luchar contra el EI” calificándolo de “amenaza mundial sin precedentes contra la paz y la seguridad internacional”. Ante tal situación, un mero pésame de los gobiernos no me parece suficiente. En Argentina, por ejemplo, Cristina envió seis tuits de condolencias a Francia y al mismo tiempo 37 mensajes con recuerdo de su difunto esposo alentando al candidato Scioli (mira la diferencia). No sé lo que sucedió en Brasil pero en Argentina no hubo una convocatoria del Consejo de defensa para evaluar la situación, se sigue actuando como si el IE fuera un montaje fruto de una conspiración occidental y no una verdadera amenaza para el país.
O: Não entrarei no mérito dos motivos que levam jovens europeus a aderirem a uma luta que provoca a destruição do próprio país que abrigou seus avós e pais. Por que esses jovens preferem a barbárie ao estado de bem estar? Por que jovens que têm trabalho, universidade, emprego, saúde universal gratuita preferem destruir essas conquistas ao invés de a elas aderirem? Essa é uma questão que a Europa deverá enfrentar. E ataques aéreos à Síria não resolverão esse problema, apesar de terem grande efeito junto à população europeia assustada – com toda razão – com essa onda de terror.
R: Las razones que llevan a esos jóvenes (que son una ínfima minoría) son extremadamente complejas pero lo más preocupante es la persistencia del discurso colonialista de tipo social en detrimento de otras lecturas. Francia no ha conseguido crear una burguesía magrebí y eso es un problema. Desde hace 30 años miles de millones de euros fueron colocados en la banlieu de Paris, durante el último gobierno conservador se han investido 12 mil millones de euros solo en la renovación de los inmuebles de habitación social. La semana pasada el gobierno anunció 600 millones de euros para la renovación y construcción de nuevos centros de salud y jardines de infantes. La mayoría de los terroristas franceses provienen de familias de clase media. La cuestión social pues no nos resulta eficaz para explicar la situación. Habra que buscar otras, no sé cuáles exactamente, pero debemos hacerlo sino dejamos el terreno a la extrema derecha. Estoy de acuerdo que la guerra no va a resolver la cuestión, es necesario un enorme trabajo diplomático para promover la creación de un estado federal en Siria y en Irak en donde puedan convivir pacíficamente sunitas, chiitas y kurdos para ello hay que comenzar con acabar la guerra civil en Siria según lo propuesto por la conferencia de Viena de la semana pasada.
O: Especificamente em relação à América Latina, não podemos reduzir a falta de denúncia da região ao islamofascismo ao fato de haver um islamogangsterismo e tráfico de drogas. Inicialmente, criminalizar e vincular determinadas opções políticas à bandidagem e ao tráfico de drogas não é novo. Os Estados Unidos fazem isso desde os anos 80 com Panamá, Honduras, Venezuela, Colômbia, Bolívia, como pretexto de uma dominação regional.
R: Este es el punto en el que me permití una mayor provocación quería simplemente notar que la cuestión no es solo ideológica y que el tráfico de todo tipo alimenta el estado islámico. El problema es que si el EI se alimenta efectivamente del gangsterismo en nuestros países no podemos hacer solo una lectura criminal del problema que conlleva una amenaza internacional gravísima.
O: Com relação ao Brasil, também não é novidade a acusação de que na tríplice fronteira (Paraguai, Argentina e Brasil) há uma enorme “célula” de terroristas que se financiam pelo contrabando e tráfico de drogas. A fonte dessa informação é o jornal Folha de São Paulo. Contrabando é uma operação que existe em qualquer parte do planeta e não necessariamente leva à prática do terror. O tráfico de drogas segue a mesma linha e, semelhante ao contrabando, sustenta-se com base no consumo dos países ricos. O maior consumidor das drogas produzidas na AL são os Estados Unidos. A população norte-americana é a maior consumidora de drogas do planeta e aquele país tem a maior população carcerária do mundo. A prisão parece não estar dando conta do problema.
R: Nao conhecia a orientaçao ideologica da Folha de Sao Paulo, obrigado pela sua observaçao, voy a leer con mas cuidados de ahora en adelante lo que provenga de dicho periodico. Sin duda alguna que la prisión no es una solución, en Francia es uno de los principales centros de reclutamiento del yiadhismo.
O: Com respeito ao jornal Folha de São Paulo, e a imprensa da AL em especial, é necessário um parênteses. A Folha de São Paulo foi um dos jornais que na época da ditadura brasileira (1964 a 1985) forneceu diretamente seus veículos para transportar presos políticos aos centros de tortura, além de patrocinar, com recursos financeiros, tais operações.
O: A imprensa da AL funciona, atualmente, como partido político de oposição. No Brasil, desde a eleição da presidente Dilma em 2014, os maiores jornais – Folha de São Paulo aí incluída – pedem seu afastamento através de um processo de impeachment, apesar de não haver nenhum crime imputado à presidente. O mesmo comportamento se vê em outros países, como Argentina, Venezuela, Colômbia, Bolívia. Essa postura da imprensa na AL ocorre desde a chegada do partidos populares de esquerda ao poder no início dos anos 2000 com propostas contrárias às políticas até então dominantes, por séculos, de vinculação direta das elites latino-americanas aos interesses norte-americanos e europeus.
R: Comparto tu análisis respecto de la prensa conversadora a nivel interno por eso me ha parecido necesaria la ley argentina de prensa para romper con el monopolio de los grandes grupos editoriales.
O: Por fim, não podemos confundir a luta contra o EI, com a qual todos somos a favor, com a utilização dessa luta para implantação de interesses imperialistas dos EUA e da Europa. Não vou entrar no mérito da origem do EI, pois a literatura e a imprensa já informaram que sua constituição tem início com a invasão do Iraque e, posteriormente, da Líbia, e parece não haver discordâncias sobre isso. Sob o pretexto de enfrentar as armas de destruição de massas existentes no Iraque, abriu-se uma caixa de Pandora e a luta contra o terror não pode ser motivo para destruição e invasão de outros países.
R: Los EEUU y en particular la administración Bush tienen una responsabilidad enorme, habría que llevarlo ante el tribunal penal internacional. Pero el gobierno social demócrata de Hollande no es Bush. Francia se opuso a la guerra en Irak y su veto en el consejo de seguridad la hizo ilegitima. Francia ha intentado e intenta por todos los medios no beneficiar a Assad (contra Rusia e Irán) pero ahora hay que resolver el problema principal como Churchill tuvo que aliarse con Stalin para combatir a Hitler.
He estado viajando en Turquía, uno de los países musulmanes menos integristas y me ha impresionado la cantidad de mezquitas se construyen en todo el país. Pregunté cuál era la proporción respecto de construcción de hospitales, escuelas, bibliotecas…. La proporción es asustante….. El principal enemigo del pueblo en los países árabes no es el imperialismo sino el populismo islamista que priva a su gente de lo básico sin hablar del adoctrinamiento ideológico en el cual el sexismo, la homofobia y el antisemitismo son componentes sustanciales.
O: Muitas vezes certas alianças como objetivos magnânimos escondem uma luta supra-regional de dominação contra geopolíticas de alianças importantes. A aliança do Brasil com países emergentes é uma tentativa de quebrar o monopólio político dos Estados Unidos e Europa. Essa aliança envolve tanto países do chamado BRICS, quanto países árabes e africanos que têm posições contrárias ao imperialismo americano, europeu e israelense. Isso, no entanto, não significa que esses países são antissemitas, a favor do EI, mas participam de uma luta contra a dominação político-econômica do imperialismo americano e europeu. Desconhecer a natureza do imperialismo e sua força política econômica é ver as relações entre os países pela metade.
R: Si es verdad y hay que tener cuidado ya que el camino del infierno está empedrado de buenas intenciones, pero de ahí a no hacer nada o simplemente a limitarse a mandar un mensaje de condolencia. Insisto en la campaña presidencial argentina para las elecciones de mañana no se ha evocado en ningún momento la cuestión. Sin duda tanto la izquierda como la derecha argentina consideran que no les incumbe, creo que se equivocan y espero que no sea demasiado tarde. Argentina ya fue víctima de un atentado terrorista (AMIA) y todavía hoy no se ha dilucidado, entre otras cosas, justamente por los enormes intereses petroleros del país con Iran…..
O: Um exemplo: há mais de cinco anos, o Brasil apresentou, junto com a Turquia e a Rússia, um plano de redução do projeto iraniano de produção nuclear que envolvia o envio do urânio a esses países para enriquecimento e posterior devolução aos iranianos. Isso praticamente acabaria com o conflito que envolvia a fabricação da bomba por aquele país, pois o urânio passaria a ser controlado externamente e sem urânio não há bomba atômica. O Irã concordava. Estados Unidos, Israel e Europa condenaram o plano simplesmente porque partia de países emergentes, que não poderiam ser protagonistas no palco internacional da crise do Oriente Médio. Israel condenava a proposta porque perderia o pretexto da eterna guerra contra o Irã. O plano foi abandonado, o mundo ficou à mercê de conflitos regionais e a tensão aumentou ao ponto de quase haver uma guerra entre Irã, Estados Unidos e Israel.
R: Es verdad y hay que tener cuidado de no hacer el juego a este tipo de intereses pero debemos también encontrar una respuesta adecuada a un problema internacional como lo dice la resolución de la ONU. Pensar simplemente que Occidente recolta lo que ha sembrado no me parece justo, sobre todo porque no es lo mismo lo que sucede hoy día con lo sucedido en 2001. La Unión Europea tendrá muchos defectos pero no el de ir a la guerra fácilmente, la experiencia devastadora de dos guerras mundiales y la proximidad con los países en conflicto lleva a una prudencia enorme. Todo se debate en los parlamentos nacionales y luego en el parlamento europeo. Si hay un espacio internacional democrático ciertamente limitado y precario es el de la UE con su Carta de derechos fundamentales y convenio europeo coexistiendo….
O: Em 2015, os Estados Unidos firmaram um acordo com o Irã de redução do enriquecimento do urânio e, segundo fontes especializadas, como o próprio ex-Ministro das Relações Exteriores brasileiro que participou diretamente daquelas negociações, o plano agora aprovado é muito pior que aquele formulado pelo Brasil há quase 7 anos, pois as garantias dadas pelo Irã são frágeis.
Encerrando essa pequena reação, todos nós temos nossos mortos e não devemos vê-los como mais importantes que os mortos dos outros. Os mortos do imperialismo EUA-Europa também são vítimas do terror, por vezes silencioso, por vezes lento. Mas, sem dúvida, são tão mortos quanto aqueles que morrem instantaneamente por uma explosão ou por uma rajada de fuzil Kalashnikov.
R: Sin duda que sería un grave error y una injustica hacer una jerarquía de los muertos. Los mismos que han matado en Paris lo han hecho por miles en el Líbano, en Siria, en Egipto, en el avión rusoy en el hotel de Mali. El EI no mata diplomáticos y militares occidentales sino civiles musulmanes, en su mayoría.
Un estado por más imperialista que sea en algún momento se somete a las reglas del derecho humanitario, el estado islámico está fuera de todas las reglas y por eso lo hace substancialmente peor que todas las formas que hemos conocido de totalitarismos. Poner en el mismo nivel la acción bélica del imperialismo occidental con la del estado islámico me parece un grave error pero parece ser compartido por la mayoría de la intelligentzia de américa latina…..